A campanha Dezembro Vermelho possui um objetivo muito importante: a conscientização sobre aids. Afinal, apesar de todos os avanços no tratamento contra essa doença, ainda existem muitos preconceitos e mitos.

No Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas vivem com HIV, o vírus causador da aids, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde. Porém, nem todas sabem dessa condição, pois somente 90% receberam o diagnóstico.

Felizmente, 81% dos pacientes diagnosticados estão em tratamento com os medicamentos antirretrovirais e 95% deles com carga viral indetectável (iremos explicar mais sobre isso em seguida).

Assim, nosso país se aproxima das metas do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), para que a aids deixe de ser uma ameaça à saúde pública até 2030.

No entanto, isso não significa que a doença se tornou “inofensiva”. Ela continua fazendo vítimas em diversos países. Desde 1981, quando o vírus foi descoberto, cerca de 40 milhões de pessoas, em todo o mundo, perderam suas vidas, de acordo com um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Por isso, precisamos disseminar informações relevantes sobre o que é o HIV, a aids, as formas de prevenção e os tratamentos. Explicaremos tudo neste material. Continue lendo e confira!

O que é o HIV?

No âmbito da conscientização sobre aids, é preciso primeiro entender o que é o HIV. Trata-se do Vírus da Imunodeficiência Humana que, quando não controlado corretamente no organismo, pode evoluir para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (a aids).

Esse microrganismo ataca as células do sistema imunológico, especialmente os linfócitos T CD4+. Assim, o paciente fica mais suscetível a infecções graves, que colocam a vida em risco.

Como ocorre a transmissão?

O vírus HIV é uma infecção sexualmente transmissível (IST). Portanto, é transmitido pelos fluidos trocados durante as relações sexuais sem camisinha, de forma vaginal, anal ou oral.

Além disso, o microrganismo também é transmissível pelo sangue contaminado, seja pelo compartilhamento de materiais perfurocortantes não esterilizados ou em uma transfusão sanguínea irregular.

Também há a possibilidade da chamada “transmissão vertical”, quando o vírus passa de mãe para filho, durante a gestação (pela placenta), no parto ou na amamentação (pelo leite materno).

As ações que não transmitem o HIV

A conscientização sobre aids passa também por desmistificar as ações que não transmitem o HIV. São elas:

• aperto de mão;
• abraço;
• contato com suor ou lágrimas;
• beijo na boca;
• compartilhamento de pratos, copos ou talheres;
• picada de inseto.

Conscientização sobre aids: o que é essa doença?

A aids é a doença gerada pelo HIV, quando a infecção por esse vírus está em uma fase avançada, com severo comprometimento do sistema imunológico. O organismo fica vulnerável a infecções e determinados tipos de câncer (como sarcomas e linfomas). Os principais sintomas são:

1. perda de peso;
2. infecções recorrentes, como pneumonia, herpes e tuberculose;
3. cansaço extremo;
4. febre frequente;
5. manchas na pele;
6. diarreia crônica.

Vale ressaltar que nem toda pessoa que é HIV positivo irá desenvolver aids. Para evitar a enfermidade, é essencial controlar a carga viral no corpo.

Como é o diagnóstico do HIV?

Assim como em várias condições de saúde, quanto antes for feito o diagnóstico da infecção por HIV, melhor, a fim de iniciar o tratamento rapidamente. A identificação pode ser obtida por testes rápidos de sangue ou saliva, oferecidos na rede pública e privada de saúde.

No entanto, existe a “janela imunológica”, que é o período em que o vírus passa despercebido nos exames. Geralmente, são os 30 primeiros dias após a data da infecção.

Por isso, caso você tenha se exposto ao vírus, procure ajuda médica para realizar os exames. Pode ser necessário fazer mais de um teste para confirmar o diagnóstico positivo ou negativo.

Os tratamentos

Na campanha de conscientização sobre aids, deve ficar claro que ainda não existe uma cura definitiva. Porém, há formas de controlar a infecção por HIV e impedir o desenvolvimento da doença.

Isso passa pela adesão ao uso da terapia antirretroviral, que é um conjunto de medicamentos que atua em várias etapas do ciclo do vírus, impedindo-o de se replicar e de afetar ainda mais as células imunológicas.

Carga viral indetectável

A utilização correta dos remédios, conforme a prescrição médica, pode não só impedir o desenvolvimento da aids, como também deixar o paciente com a carga viral indetectável.

Isso significa que o vírus já não é mais perceptível na corrente sanguínea e nem mesmo é transmissível para outras pessoas.

Contudo, os cuidados devem continuar, por meio do uso dos medicamentos e dos check-ups médicos periódicos.

Conscientização sobre aids: como prevenir?

Apesar dos avanços nos tratamentos do HIV, a melhor conduta é se prevenir contra a infecção por esse vírus. Portanto, confira quais são as medidas preventivas:

• usar camisinha em todas as relações sexuais;
• não compartilhar agulhas, seringas e outros materiais perfurocortantes;
• ao realizar procedimentos médicos ou estéticos, como tatuagens e piercings, garantir que todos os equipamentos estão esterilizados;
• durante a gestação, manter o acompanhamento de pré-natal.

Também existe a profilaxia pré-exposição (PreP), um medicamento antirretroviral que pode ser tomado diariamente por pessoas que têm um risco maior de contrair o HIV.

Há ainda a profilaxia pós-exposição (PEP), utilizada após um evento de risco, a fim de evitar a infecção. Todavia, o uso deve ser iniciado em até 72 horas.

Converse com seu médico para saber quais dessas estratégias são as mais indicadas para o seu estilo de vida, condições de saúde e necessidades.

O resultado foi HIV positivo? Procure ajuda

Receber o diagnóstico de HIV positivo assusta, gera medo e angústia. Porém, lembre-se que existe medicação e que é possível evitar a aids. Portanto, caso você tenha recebido esse resultado, busque ajuda.

Com uma equipe multiprofissional, você terá cuidados para a saúde física e mental. Procure médicos infectologistas, urologistas, andrologistas, psiquiatras, nutricionistas, psicólogos e outros especialistas que possam oferecer apoio.

É válido ainda conversar com algum profissional da advocacia para conhecer os seus direitos, como o sigilo das informações de saúde, recebimento dos medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, é claro, a não discriminação em nenhum âmbito da vida.

É hora de espalhar informações corretas para a conscientização sobre aids

Aproveite a campanha de conscientização sobre aids para espalhar as informações corretas, como as que descrevemos aqui. Com o conhecimento acerca do que é realmente essa doença e o vírus HIV, podemos combater preconceitos e sofrimentos.

Caso tenha ficado com alguma dúvida a respeito do assunto, saiba que a equipe da Andrologia Moinhos, de Porto Alegre (RS), está à disposição para conversar. Entre em contato.