Entre as opções de planejamento familiar está a cirurgia de vasectomia, o procedimento responsável pela esterilização masculina, a partir da interrupção do trajeto dos espermatozoides até a saída pela ejaculação.
Trata-se de uma operação simples e rápida, mas que ainda é impactada por várias dúvidas e até mesmo mitos. Algumas questões que chegam aos consultórios dos urologistas, por exemplo, envolvem os cuidados na recuperação e vida sexual.
Preparamos este material para explicar todos esses aspectos e muitos outros. Continue lendo para conferir.
Como a cirurgia de vasectomia é feita?
A vasectomia pode ser realizada de forma ambulatorial, ou seja, sem a necessidade de internação. O paciente chega à sala de procedimentos e recebe uma anestesia local na bolsa escrotal.
Em seguida, o médico identifica onde estão os ductos deferentes, que são pequenos canais por onde passam os espermatozoides. Vale lembrar que esses gametas são produzidos pelos testículos e encaminhados às vesículas seminais, sendo eliminados junto com o sêmen durante a ejaculação.
O próximo passo é fazer incisões de cerca de 5 mm na pele. Os ductos são expostos e cortados. Por fim, cada ponta é cauterizada e as estruturas são colocadas de volta ao corpo. As incisões são fechadas por pontos e curativos. Assim, os espermatozoides continuam sendo produzidos, mas o “caminho” pelo qual passam fica bloqueado.
A esterilização é imediata?
O homem não se torna imediatamente estéril após a cirurgia de vasectomia, pois alguns espermatozoides podem continuar vivos em partes específicas dos ductos deferentes e chegarem ao sêmen.
Por isso, a recomendação do Ministério da Saúde é utilizar outros métodos contraceptivos por, pelo menos, 60 dias, seja camisinha ou que a parceira mantenha os anticoncepcionais.
No entanto, mesmo depois desse prazo, é importante conversar com o urologista e realizar o exame de espermograma, para ter certeza de que já não há gametas vivos no sêmen.
A recuperação da cirurgia de vasectomia é simples?
Um dos pontos positivos da cirurgia de vasectomia, em comparação com a laqueadura nas mulheres, é a maior tranquilidade no pós-operatório. Isso porque o paciente pode retornar para casa logo após o procedimento.
É necessário apenas manter um repouso relativo por cerca de três dias, sem atividades muito pesadas. Caso alguma dor apareça nesse período, analgésicos leves e bolsas de água fria são capazes de amenizar o desconforto.
Os exercícios físicos são liberados após o inchaço acabar, o que costuma ocorrer entre sete e 10 dias. O mesmo vale para as relações sexuais. Contudo, converse com seu médico para saber o que é indicado especificamente para suas condições de saúde.
Na Andrologia Moinhos, em Porto Alegre (RS),você conta com uma equipe de urologistas pronta para atendê-lo e orientá-lo a respeito da vasectomia e outros cuidados com seu bem-estar.
Como fica a vida sexual?
Um dos temores mais comuns sobre a cirurgia de vasectomia envolve os impactos na vida sexual. Porém, saiba que o procedimento não causa disfunção erétil, pois os vasos sanguíneos, a produção hormonal e outras estruturas responsáveis pela ereção do pênis não são afetadas.
As relações íntimas podem ser mantidas normalmente e o homem continua ejaculando, uma vez que grande parte do sêmen é produzida pela próstata e vesículas seminais. Portanto, o líquido ejaculatório apenas não terá mais espermatozoides.
Atenção: é preciso se proteger contra ISTs
Não podemos deixar de ressaltar que a vasectomia evita gestações indesejadas, mas não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). É por isso que o uso de camisinha continua altamente recomendado.
A cirurgia de vasectomia é reversível?
Por fim, outra dúvida frequente é sobre a reversão da cirurgia de vasectomia. Saiba que, sim, é possível reverter o procedimento e o homem voltar a ser fértil, mas não em todos os casos.
O sucesso dependerá do tempo desde a operação e da técnica utilizada na época. Para isso, é preciso realizar uma cirurgia minuciosa de religação dos ductos deferentes.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) lembra ainda que, mesmo se tudo der certo na reversão, a fertilidade não voltará da mesma forma que era antes. O motivo está no fato de que, nos homens vasectomizados, o organismo reconhece os espermatozoides como substâncias estranhas e cria anticorpos para combatê-los.
Então, o que antes era uma capacidade de 100% de fecundação pode cair para cerca de 40% em 10 anos depois do procedimento, como explica a SBU.
A dica, portanto, é simples: converse bastante com seu médico urologista para solucionar qualquer dúvida e tomar uma decisão acertada a respeito da cirurgia de vasectomia. Caso queira, entre em contato com nossos especialistas.